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sábado, 16 de junho de 2012

Handfasting - mãos livres para se unirem e re-unirem

Já falei aqui superficialmente sobre o handfasting e sua origem entre os povos celtas, um rito de passagem que une duas pessoas em aliança amorosa enquanto elas decidirem ficar juntas. 
Atualmente essa cerimônia é bastante usada não só por pagãos e neopagãos, mas também em outras religiões, pois pode ser evocada não apenas num sentido religioso, mas também civil. 

Uma das coisas mais originais sobre o handfasting é que essa tradição pressupõe uma renovação periódica dos votos. Geralmente, completado 1 ano e 1 dia após o casamento, o casal reafirma sua vontade de continuar a aliança amorosa, ou não, perante testemunhas.

Ou seja, diferentemente da tradição cristã, "até que a morte os separe", a tradição pagã deixa o casal livre para traçar seu próprio destino.

Outra coisa bem interessante do handfasting é que, por ser uma cerimônia que não está amarrada à dogmas religiosos, ela pode ser usada livremente por qualquer casal, a única prerrogativa é que queiram casar-se em cerimônia e que possuam testemunhas. 

Para você pagão, que quer passar pelo rito do casamento com uma cerimônia desse tipo, mas não faz parte de um coven, ou não conhece um sacerdote/ sacerdotisa que possa realizar o ritual, não precisa se desanimar! Ter um sacerdote/sacerdotisa presente é bom, mas o handfasting não obriga que a cerimônia seja presidida por uma figura sacerdotal, pois o que realmente interessa é a vontade dos noivos de unirem-se. Além disso, no Paganismo, você pode "falar com os deuses" sem precisar do intermédio de um sacerdote. 
Fotos por (da esquerda para direita e de cima para baixo):  Matt Statkiewicz; Joceny Pinheiro; www,prideceremonies.com.au;  Shane O’Neil

Quando fiz minha cerimônia de casamento, que foi aparentemente civil (apesar de ter inserido alguns aspectos ritualísticos da religiosidade pagã, como por exemplo, o rito simbólico da união do Deus e da Deusa), eu incluí o handfasting, que foi dirigido por mim mesma e meu então noivo. Amarramos as mãos e  pronunciamos os nossos votos diante das testemunhas. Adicionalmente, resolvemos jogar o cordão que amarrava nossas mãos no "fogo sagrado", assim selando nosso compromisso diante das forças divinas e dos 4 elementos. Essa última ação foi uma inovação, não faz parte das cerimônias tradicionais, até onde sei, nas quais o casal guarda a corda que os uniu em cerimônia.

Hoje falta menos de um mês para reafirmamos nosso compromisso, e assim faremos, ano após ano... (que assim seja!)