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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pagãos... quem somos?

O Paganismo é um grande guarda-chuva que abriga diversos caminhos espirituais baseados na sacralidade da Natureza. Mas eles tem suas diferenças, e algumas são tão divergentes que alguém de fora não diria que todos são "pagãos".

Recentemente li um post muito interessante sobre uma certa rivalidade (inclusive política) que existe entre duas grandes vertentes do Paganismo -- o Neopaganismo e o Reconstrucionismo.

Entendo que haja essas rivalidades, mas pelo menos para o caso brasileiro, penso que o momento agora seja de guardarmos as diferença e nos unirmos em prol da luta para ganharmos todos espaço e respeito em nossa sociedade extremamente preconceituosa. Quanto mais com a força política que estão ganhando alguns grupos religiosos fundamentalistas que farão de tudo para serem absolutos e varrer tudo que não for cristão.

Abaixo traduzo um folheto muito informativo do "Cherry Hill Seminary" que fala o que é o Paganismo hoje, suas vertentes e características:




"O que é o Paganismo contemporâneo?

Paganismo contemporâneo é um termo abrangente para uma variedade de caminhos religiosos frouxamente associados.

A palavra "pagão" vem do latim paganus, ou seja, uma pessoa de uma área rural. Para muitos pagãos contemporâneos, a palavra "pagão" reflete uma espiritualidade orientada para a natureza.

A Wicca é a maior tradição pagã contemporânea e contém muitos caminhos e linhagens. Outras tradições incluem Asatru ou Heathenry (Paganismo Europeu do Norte), druidismo, culto feminista da Deusa, formas de feitiçaria Wicca não religiosa, e reconstrucionismo (a tentativa de recriar as religiões antigas, como as da Grécia e Egito).

As estimativas atuais colocam o número de pagãos norte-americanos em cerca de um milhão.
Há outras populações significativas de Pagãos na Europa, o Reino Unido, Austrália, África do Sul e Brasil.*

Paganismo pode ser parte de uma identidade étnica ou nacional, como na Europa Oriental, onde os pagãos do Báltico estão revivendo os elementos religiosos das tradições folclóricas. Alguns praticantes de religiões afro-caribenhos também se identificam como pagãos, embora a maioria não.
Nem todos os pagãos pertencem a tradições. Os pagãos podem praticar como solitários (por si) ou ecléticos (elaborando de muitas tradições). Os pagãos norte-americanos tendem a ser inovadores e criativos ao mesmo tempo, estudam e se inspiram em antigos tradições religiosas indígenas.

A prática religiosa pagã se concentra no ritual. Rituais podem celebrar as estações ou os ciclos da lua; homenagear uma divindade ou divindades, ou marcar as transições da vida, como nascimentos, mortes e casamentos. Rituais também podem tentar aumentar a energia para a cura ou para de alguma forma melhorar a vida dos pagãos ou de seus entes queridos. Rituais pagãos freqüentemente empregam percussão; dança; fogos cerimoniais; incenso; representações físicas da terra, ar, fogo e água, e outros elementos sensoriais.

A maioria dos pagãos usam a experiência pessoal como base para suas crenças, e eles resistem a doutrinas ou dogmas. Princípios éticos pagãos muitas vezes focam em relações. A ética é adaptada para cada situação. Virtudes e valores são considerados mais importante do que as regras.

A maioria dos pagãos valorizam cultivar a si mesmos, à sua comunidade e a terra, evitando danos a outros. Celebração, serviço comunitário, criatividade, harmonia e amor são muitas vezes enfatizados. Pagãos que buscam tradições guerreiras antigas, como culturas germânica e celta, valorizam a honra, verdade, coragem e fidelidade.

Crenças e práticas pagãs são diversas, mas há ainda alguns temas recorrentes entre os indivíduos e entre tradições:

Pagãos não precisam necessariamente ter essas atitudes descritas abaixo para serem pagãos. Mas a maioria possui essas características.*

  • Panteísmo, panenteísmo ou animismo. Pagãos experimentam o divino no mundo físico. Panteístas vêem o próprio mundo como divino ("Tudo é Deus / Deusa"). Panenteístas vêem o divino como mais do que o mundo e o mundo como imerso no divino ("Deus / Deusa está em todas as coisas, e todas as coisas estão em Deus / Deusa"). Animistas vêem uma alma ou espírito em todas as coisas (ou, às vezes, todas as coisas naturais), e pode ou não reconhecer uma divindade unificadora.
  • Politeísmo. Pagãos honram vários deuses e deusas em sua prática religiosa. Alguns politeístas vêem os muitos deuses como aspectos de um Deus ou Deusa, como aspectos de uma Deusa e um Deus, como arquétipos junguianos, ou como metáforas para as forças naturais. Outros são politeístas rígidos e compreendem os deuses como seres individuais, separados e únicos, da mesma forma que os seres humanos são.
  • Reverência para com a natureza e o corpo. Pagãos com freqüência celebram os ciclos naturais e podem ser ambientalistas apaixonados. O corpo e a sexualidade são tratados como uma parte sagrada da natureza.
  • Referência a mitos e tradições pré-cristãos e / ou tradições indígenas. Pagãos buscam religiões pré-cristãs, ou a religiões que resistiram a conversão ao cristianismo, para uma conexão mais autêntico com a terra, consigo, ou com o divino.
  • Confiança na experiência pessoal como fonte de conhecimento divino (algumas vezes chamado gnose). Com algumas exceções, os Pagãos dão a experiências pessoais mais autoridade do que textos ou tradição recebida. Eles enfatizam intuição e conhecimento sentidos no corpo.
  • Reconhecimento dos princípios da magia. Muitos pagãos acreditam que atos rituais realizados com intenção podem alterar a consciência e, portanto, a realidade. Tais rituais funcionam de forma semelhante à oração em outras religiões. Pagãos que praticam magia (às vezes escrito com um 'k' para diferenciá-lo de magia de palco), muitas vezes se referem a si mesmos como bruxas ou magos.
  • Pluralismo. Pagãos geralmente consideram as tradições de outras religiões como igualmente legítimas. Nenhum caminho espiritual pode ser bom para todos, porque as pessoas têm diferentes necessidades espirituais. Mesmo dentro de um grupo pagão, as crenças dos membros podem variar muito."

o Paganismo contemporânea tem crescido rapidamente desde que a Wicca foi publicada na Inglaterra em 1950.*

*textos retirados de notas no original em inglês.

2 comentários:

Ana Luiza disse...

Lindo e simples!!!

Sol Mascarenhas Neves disse...

Encaminhei pra Tami e alguéns...
bjs